O estudo propõe uma alternativa diferenciada para o combate às formigas cortadeiras.
Encontradas exclusivamente nas regiões tropicais e subtropicais das Américas, as formigas cortadeiras dos gêneros Atta e Acromyrmex – conhecidas popularmente como saúvas e quenquéns – são uma das pragas que mais afetam a agricultura no Brasil, diminuindo a produtividade. No município fluminense de Campos de Goytacazes, o zoólogo Richard Ian Samuels, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, coordena o desenvolvimento de dois métodos de controle desses insetos, que atacam muitas espécies de plantas cultivadas, cortando folhas e ramos.
O primeiro estudo em curso no Laboratório de Entomologia e Fitopatologia da Uenf, contemplado pelo edital de Apoio à Infraestrutura de Biotérios, da Fundação, propõe uma alternativa diferenciada para o combate às formigas cortadeiras. Entra em cena o controle biológico, com base nos patógenos naturais das formigas. Para isso, o professor Richard Samuels investiga uma forma de utilizar um fungo entomopatogênico como uma arma de infecção às formigas.
Trata-se do fungo Metarhizium anisopliae. Trocando em miúdos, ele pode ser um bom aliado na guerra contra as formigas porque tem a capacidade de penetrar em seus tegumentos (espécie de armadura que envolve o corpo do inseto) e colonizar o interior de seu organismo, causando morte por infecção em cerca de três dias.
Nova linha para o controle químico das formigas
O segundo estudo coordenado pelo professor Richard Ian Samuels, que está em andamento na Uenf e foi contemplado pela FAPERJ no edital de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional do Rio de Janeiro (DCTR), tem como meta verificar a possibilidade de implementação de uma nova forma de controle químico das formigas cortadeiras: a aplicação de iscas líquidas ou em gel.
*Obs. Esta metodologia em estudo por Richard vem sendo foco de estudos intensos nestes últimos anos, inclusive com o fungo descrito acima, além de Beauveria bassiana (considerada potencial no entanto com dificuldades de operacionalização), onde diversas entidades de pesquisa buscam novas tecnologias focadas ao controle. Empresas florestais incentivam estes estudos fomentando linhas de pesquisa onde objetiva-se menor impacto ao meio ambiente e boa eficiência de controle, o que nem sempre é fácil quando tratando-se de formigas cortadeiras, que são insetos com uma gama de variações além de muito evoluídos ao longo de centenas de anos.
Entidades Mundiais de Certificações Florestais impõem que o uso de químicos (I.A. Sulfluramida) para o controle de formigas cortadeiras deve ser eliminado ou substituído em um curto espaço de tempo, o que é muito complicado, por ter sua ocorrência apenas em regiões das Américas, e problema maior com relação as formigas cortadeiras pela sua intensidade na América do Sul, o que acaba não sendo problema mundial.
Fonte: Adaptado de FAPERJ