Reflorestar o mundo não impedirá o Aquecimento Global


A investigação, que recorreu à modelação computacional, chegou à conclusão que a substituição de todas ou de metade das áreas cultivadas do planeta por florestas até 2060 resultaria, apenas, numa redução das temperaturas globais em 2100 de 0,45 °C ou 0,25 °C, respectivamente.


Cientistas canadenses publicaram recentemente na revista Nature Geoscience um estudo analisa a eficiência da reflorestação do planeta no combate às alterações climáticas.

Os investigadores Vivek Arora e Alvaro Montenegro da Environment Canadá/Universidade de Victoria (British Columbia) e da Universidade de St Francis Xavier, recorreram à modelação computacional para determinar o impacto da conversão em florestas das áreas agrícolas no que diz respeito à limitação da subida da temperatura.

Os seus resultados indicam que a substituição de metade ou de todas as zonas cultivadas por florestas até 2060 resultaria apenas numa diminuição das temperaturas em 2100 na ordem dos 0,25 ºC e 0,45 ºC, respectivamente.


Deste modo, afirma Vivek Arora “Os benefícios globais no que diz respeito à temperatura de qualquer reflorestação realista devem ser marginais”.

A investigação revelou ainda que nem todas as florestas contribuem de forma igual no combate ao Aquecimento Global, sendo as florestas tropicais 3 vezes mais eficientes do que as áreas florestais cobrem as regiões de latitudes mais elevadas, como resultado da sua capacidade de arrefecimento do meio envolvente decorrente da evaporação de água, que aumenta a reflexão da luz solar.

Os autores deste estudo defendem por isso que a importância das florestas nas zonas tropicais está a ser subestimada quando se avalia o seu potencial para contrariar o aumento das temperaturas exclusivamente através da sua capacidade de absorver e armazenar de carbono.

Esta função de captura e armazenamento do dióxido de carbono constitui a base do Programa de Redução das Emissões resultantes da Destruição e Degradação das Florestas (REDD), através do qual os países em desenvolvimento são pagos para preservar as suas florestas de acordo com a quantidade de CO2 que retêm.

Fonte: Newscientist


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