O eucalipto: origem e aplicações
Foi descoberto pelos ingleses na Austrália, em 1788. Algumas publicações fazem referência também à Nova Zelândia, à Tasmânia e a ilhas vizinhas. A disseminação de sementes de eucaliptos no mundo começou no início do século XIX. Na América do Sul, o primeiro país a introduzir o eucalipto foi o Chile em 1823 e, posteriormente, a Argentina e o Uruguai. Por volta de 1850, países como Portugal, Espanha e Índia começaram a plantar o eucalipto. As primeiras mudas chegaram ao Brasil em 1868, sendo que a introdução do gênero tomou impulso no início do século XX.
Características
O gênero Eucalyptus possui cerca de 700 espécies já descritas. As espécies mais comuns no Brasil atingem de 20 a 60 metros de altura, mas há espécies de porte maior como o Eucalyptus regnans, cujo caule chega a 90 metros, com 7,5 m de circunferência na base.
Os eucaliptos se desenvolvem com grande rapidez e, por volta do quinto ano, já permitem um primeiro corte do tronco para o aproveitamento da madeira, depois do que voltam a vegetar. Por crescer rapidamente, tolerar cortes sucessivos e fornecer matéria-prima para diversos fins, o eucalipto tornou-se uma das árvores mais comumente cultivadas.
Produtos
Em que pese sua importância econômica, o cultivo do eucalipto em escala industrial tem suscitado discussões com relação aos reflexos sociais e ambientais que essa atividade provoca.
Fonte: http://www.almg.gov.br
ESPÉCIES E SUAS CARACTERÌSTICAS
Eucalyptus globulus
Distribuição de E. globulus em sua região de origem natural |
Eucalyptus globulus Labill. (do latim globulus, um pequeno botão, referência à forma do opérculo do fruto), conhecido por eucalipto-comum ou eucalipto-da-Tasmânia, é uma espécie florestal de folha perene pertencente ao género Eucalyptus, de crescimento rápido, capaz de produzir árvores de 30 a 55 m de altura (um exemplar existente na Tasmânia tem 90,7 m de altura). Originária da Austrália, a espécie é hoje uma das árvores mais amplamente cultivada em florestas de produção, principalmente para fabrico de pasta de papel e para queima, e a mais expandida das cerca de 600 espécies que integram o género Eucalyptus. A área de ocorrência natural da espécie inclui a Tasmânia e o sul do Estado de Victoria (Austrália). Ocorre ainda em manchas isoladas na ilhas King e Flinders, ambas no Estreito de Bass, e nos cumes do You Yangs. A flor do E. globulus foi proclamada a 27 de Novembro de 1962 como emblema floral do estado da Tasmânia.
Fonte: Wikipédia
Utilidades
A árvore ideal para papéis de impressão e escrita
O Eucalyptus globulus é a variedade de eucalipto mais difundida em Portugal e a que é utilizada pela fileira florestal para fins industriais. Introduzida por volta de 1830, esta espécie encontrou no País condições privilegiadas ao seu desenvolvimento, pelo clima e tipo de solos, tendo conquistado hoje uma expressão na floresta nacional semelhante à do sobreiro.
Pelas suas propriedades, o Eucalyptus globulus é considerado pelos especialistas mundiais como a árvore de fibra ideal para papéis de impressão e escrita. A sua madeira é constituída por fibras de comprimento curto e muito homogéneo, que se caracterizam por uma grande suavidade, um elevado índice de mão, uma excelente rigidez, uma grande estabilidade dimensional e fortes resistências em húmido. Além das excelentes características papeleiras da fibra, esta espécie de crescimento rápido e de alto rendimento fabril permite ainda um baixo consumo de químicos nos processos de cozimento e de branqueamento.
Natural da Tasmânia, o Eucalyptus globulus é uma das 600 variedades de eucalipto conhecidas, todas diferentes entre si. Trata-se de uma espécie de grande porte, podendo as árvores mais altas atingir os 70 metros de altura. É o único tipo de eucalipto a apresentar flores solitárias, de cor branca, que se distinguem pelos numerosos estames que formam um penacho. A sua floração ocorre em pleno Inverno, podendo ser observada entre Outubro e Março.
Fonte: Grupo Portucel Soporcel
Características das principais espécies cultivadas no Brasil (Clima Temperado/Subtropical)
PRINCIPAIS CARACTERíSTICAS TÉCNICAS DAS MUDAS CLONAIS DE EUCALIPTO
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Espécies
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Incremento médio anual aos 7 anos
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Densidade básica em cavacos de 7 anos (kg/m³)
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Lignina
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Metros estéreos
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Tolerância
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E. benthamii
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40-42
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500
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-
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400-420
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Extremamente tolerante
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E. dunnii
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40-42
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500-510
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-
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400-420
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Muito tolerante
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E. saligna
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38-42
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480-490
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28-30
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380-420
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Tolerante
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E. grandis
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40-42
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420-440
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24-26
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400-420
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Tolerante
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E. urograndis
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42-44
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470-480
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26-29
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420-440
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Pouco tolerante
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* As produtividades médias estão diretamente relacionadas com os tratos culturais e fertilidade do solo da região.
Zoneamento Agroclimático e Edafoclimático
A ocorrência de geada, dependendo do grau de dano, pode se tornar um fator limitante para a condução de florestas de curta rotação, principalmente em regiões de climas subtropicais e temperados, seguindo o objetivo de minimizar as perdas ocorrentes por fortes ocorrências de geada a Embrapa Clima Temperado junto ao seu Laboratório Agroclimático, realizou o zoneamento de regiões com maior probabilidade de ocorrências ilustrando seus pontos de intensidade no Estado do Rio Grande do Sul, trabalhando como base duas espécies cultivadas neste estado, E. globulus e E. dunnii, epécies de grande interesse industrial para este estado.
Foram feitos estudos de risco de geadas e de risco de déficit hídrico, de acordo com a espécie de eucalipto, considerando sua tolerância a estes fatores. Os estudos foram feitos com dados climáticos de 32 estações meteorológicas do Rio Grande do Sul coordenadas pela Fepagro e pelo Inmet (8º Distrito de Meteorologia), georreferenciadas. Foram utilizados dados de temperatura mínima e máxima do ar, relacionando a ocorrência de geada a temperaturas mínimas menores que zero grau ou três graus (conforme a espécie) e temperatura máxima menor que oito graus, para um mesmo dia do ano. Foram calculadas as probabilidades de ocorrência simultânea destas duas temperaturas e delimitadas as regiões por classes, de acordo com o risco de ocorrência. Riscos menores que 10% compuseram a classe de aptidão. Riscos entre 10 e 20%, a classe intermediária e, maior que 20%, a classe de plantio não recomendado.
Quanto ao risco de déficit hídrico, foram utilizadas 150 estações pluviométricas da ANA (Agência Nacional de Águas) em um balanço hídrico feito para cada período de dez dias, considerando também a capacidade de armazenamento de água de cada solo (foram usadas, basicamente, três capacidades: 50; 75 e 100 mm), para solos arenosos, de textura média e de textura argilosa. O objetivo do estudo de balanço hídrico não é definir classes de aptidão, mas identificar quais são as regiões mais problemáticas em relação à ocorrência de estiagens.
Você pode consultar todos os resultados clicando na imagem abaixo:
Link do >>> Laboratório Agroclimático da Embrapa Clima Temperado.
Produção de mudas
Outro ponto de atenção alem das áreas cultivadas que se deve ter quanto a baixa temperatura, é a produção de mudas em áreas de produção a céu aberto, pois a baixa temperatura pode levar a perda todas das mudas, as quais normalmente estão em área plana, o que no caso de ocorrências não terão o fator relevo que poderia auxiliar em menor perda.
Uma metodologia utilizada em áreas de produção de mudas em áreas baixas é a utilização da irrigação em noites de invernos rigorosos, como pode ser observado na imagem abaixo.
Irrigação de mudas de eucaliptos em viveiro Fonte: Mundial forestacion - Uruguai |
Mudas de eucaliptos congeladas em viveiro florestal Fonte: Mundial forestacion - Uruguai |
Muda de eucalipto congelada Fonte: Mundial forestacion - Uruguai |
O cultivo do eucalipto no Brasil